Sexta-feira, 9 de Maio de 2008
Quem me lê e convive connosco sabe que adoramos vaquinhas. A Bárbara tem uma colecção de vaquinhas e habituada desde pequenina, nutre verdadeira adoração por elas, sejam em formato de brinquedo, desenho ou o próprio animal. Aqui há uns tempos, estava eu a terminar o desenho que fazia coma Bárbara e ela fartou-se e começou a ver televisão. Olhei os desenhos tinham terminado e o programa da National Geographic passava imagens de vaquinhas a pastar em África. Como eram animais e vaquinhas que ela gosta deixei estar e nem olhei mais. Quando de repente a ouço muito triste e aflita.
-Oh mãe, coitadinha da vaca. Oh mãe coitadinha da vaca. Oh mãe estão a partir a vaca, mãe.- Dizia ela em sincera aflição.
Olhei de facto os Masai esquartejavam uma vaca que acabavam de abater. fiquei triste por estar distraída e deixar a Bá assistir. Mas aproveitei a deixa e tentei explicar que era assim que nos alimentávamos, que o Leão caça a Gazela, o Lobo os patos e nós os animais, mas ela não aceitou. Então acabei por dizer que os senhores não iam “partir mais vacas” era só aquela e mudar de canal para tentar distrair enquanto pensava se tinha alguma solução. Entretanto nunca mais tocou no assunto até ao jantar em que por acaso comíamos bifes que não eram de vaca.
Quando ela se vira para mim hesitante em comer e pergunta:
-Oh mãe. Estás a partir a vaca? Estás a partir a vaca?
Eu (para ver a reacção): -Não, filha estou a partir o porco.
Ela (cada vez mais hesitante em comer e zangada): _ Não estás nada a partir o porco. Estás partir a vaca, mãe?
O pai meio a rir: _ não te preocupes filha, isto veio tudo do supermercado.
A Bárbara pega no garfo e começa a comer.
Eu quis dizer a verdade mas ela ia deixar de comer…
Ainda perguntou aí durante uns 3 dias quando comíamos carne, se estava a partir a vaca.
Acho que quando ela descobrir vai ser vegetariana. Eu também queria ser mas não consigo. Se ela ficar vegetariana acho que vou ter que pedir ajuda a esta menina…
sinto-me: por não conseguir ser sincera
Segunda-feira, 4 de Fevereiro de 2008
A minha princesa teve o seu primeiro desgosto de amor. É que desde o ano passado que ela tem uma grande paixão por um coleguinha da lá escolinha , o R. que ela diz que é o namorado dela. Sexta -feira quando a auxiliar perguntou ao R. se ele era namorado dela, ele respondeu que não. Não imaginam a carita triste da minha filhota, quando o ouviu dizer aquilo. Tinha ido vestida de princesa, estava tão bonita e estava com uma carinha triste que metia dó, até lagrimazinha no canto do olho ela tinha. Pois o safadinho do R. é concorrido, mas cada vez que a Bárbara chega lá ele vai logo ter com ela, já cheguei a ter que ralhar e dizer ao R. para deixar a Bárbara tirar o casaco. Ontem assim que a viu queria lhe dar um beijinho e depois faz-lhe uma destas ; Coitadinha da filhota ficou tão tristinha. Contei ao pai e ele não tem mais nada : -Ai é !Porrada nele filha! e eu
,mas depois alinhei, mas ela diz que não, não quer no R. E eu disse -Está bem então a mamã quando ele quiser não autoriza.
Ai que até de chucha andam atrás da rapariga e ela escolheu logo um que não é de confiança.
Ele que volte cá daqui a uns anos que vai ter que entrar pela janela. Ninguém faz chorar a minha princesa.
sinto-me: danada com o R.
música: Cinderela (Carlos Paião)
Terça-feira, 11 de Dezembro de 2007
Uma nova doença ataca as crianças pelo Natal e também os bolsos, os ouvidos e as televisões dos pais. Pelo menos a minha foi fortemente atacada. Pois é a Bárbara está a sofrer de Leopoldinite aguda. Acorda a pensar no vídeo da Leopoldina, adormece a ver a Leopodina na televisão e a ouvi-la na rádio. Pobre de mim, se não lhe puser o disco da Leopoldina no carro ( pelo menos
já não uivo). Dura mais de um semana, costuma ter um período de regressão pelo Carnaval e volta no Verão com espectáculos ao vivo. Se alguém encontrar uma cura saudável para esta doença é favor informar. Um apelo de uma mãe atrapalhada contagiada pela Leopoldinite aguda. Mas garanto que esta doença tem como efeitos secundário muitos sorrisos de crianças doentes.
Agora a sério, apesar de ser uma mascote comercial, o produto tem qualidade o preço é simbólico e defende uma boa causa. Também gosto por ser uma produção nacional e demonstrar que há muitos valores portugueses na animação a apoiar e incentivar. Todos os anos ofereço os livrinhos a Bárbara. No primeiro ano comprámos dois, mas ficámos sem nenhum. O primeiro, a Bárbara tentou devorar literalmente algumas páginas, o segundo acabou ensopado no chichi dela.Tenho pena pois gostava muito que ela tivesse ficado ao menos com um deles,mas talvez façam a colecção e eu possa adquirir de novo (é favor pagar direitos de autor pela ideia da colecção). E também acho que é uma forma bonita de distribuir sorrisos apoiar a missão sorriso.
sinto-me: de ver tanta Leopoldina
Quarta-feira, 31 de Outubro de 2007
Não sou paranóica no que diz respeito a perseguições ou coisas no género. Mas no que diz respeito a crianças todo o cuidado é pouco. O que eu vou relatar já se passou há mais de oito dias na sexta-feira anterior a esta última. Como já aqui disse gosto de passar com a Bárbara no Jardim da Estrela. As avós moram lá perto e fazemos dois em um, passeamos e deixamos avós contentes pela visita. É comum o jardim estar cheio de crianças e turistas, de máquina em punho prestes a registar as suas recordações num flash, talvez por isso desconsiderei a maior das vezes que sinto flashes apontados a mim ou à Bárbara, pois é normal por vezes sermos apanhadas em querer. Mas voltando à vaca fria. Eram já perto da 17 horas fomos lanchar à esplanada. A Dona Bárbara aproveita-se de eu estar atirara a carteira para pagar e decide fugir-me vou atrás dela e aperto – lhe a mão com tanta força que dá dó para que não volta a fugir. Finalmente consigo pagara e vamos lanchar. Pouco tempo depois de estarmos sentadas a Bárbara assusta-se e eu sinto um flash directo anos. Olho em volta e não vejo ninguém de máquina em punho. Devia ser de alguém de passagem, penso e tento não sobrevalorizar a questão. Vamos dar o lanche aos patos e seguir vamos jogar à bola. Escolhemos um espaço relvado perto do Coreto onde só estamos as duas. Entretanto chega um pai com uma menina mais pequenina que a Bárbara que brincar com a bola. Amoroso a Barbara aceita brincar com a menina e empresta-lhe a bola. Enquanto esperamos que a menina toque na bola, sinto sem qualquer sombra de dúvida um flash dirigido a nós, ( a menina e o pai desta estavam de costas para a direcção do flash). Olho na direcção do flash e vejo um homem sair acorrer detrás de uma árvore, que estaca quando me vê olhar e começa a afastar-se mais lentamente e a olhar para trás. Embora a primeira reacção fosse pensar correr atrás dele contive-me pois não podia deixar a Barbar sozinha. Como estava sem óculos não lhe fixei os traços de rosto. Mas fixei que era de meia-idade, calvo com óculos, tinha estatura média à volta de 1,65m e afastou-se com uma andar meio corcovado, sempre a olhar para trás. Despedi-me do pai da criança, peguei na bola e na Bárbara e fui tentar encontrar polícia, que nesse dia não vi no Jardim. Já não é primeira vez com o Jardim semi-vazio que tenho a sensação de estar a ser fotografada, mas por todos os motivos que descrevi nunca valorizei a situação mas a certeza foi desta vez. Alguém que eu não sei quem é nem com que intenções, tem fotos minhas e mais grave da minha filha. Pode ser inócuo, pelo gosto de fotografar, mas porquê o esconder-se e o fugir?
Pelo sim pelo não, fui a uma esquadra local e relatei o sucedido. Para minha surpresa, deram mais ao atenção ao que eu descrevi do que eu esperava, pelo fiquei surpreendida pela positiva e aconselharam-me que se voltasse a acontecer semelhante coisa contactasse para o 112 no caso de não ver polícia, no Jardim, pois eles dizem que têm sempre lá gente e que nos põe imediatamente em contacto. Não deixei de frequentar o Jardim, mas com cuidado redobrado. e da última vez que lá estive, vi uma patrulha. Não sei se reagi bem, mas situação para mim era estranha e nova e vocês o que fariam?