aniversário do crónicasde uma mãe atrapa
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Finalmente, depois de muito prometer, ganhei coragem e fui à praia sozinha com a minha filha. Assim que lhe disse que éramos para ir à praia ficou toda contente e disse:
-Não pode levar a fraldinha para a praia que fica suja! – (ela dorme agarrada a uma fraldinha) Está bem, filha, se quiseres levas e a fraldinha fica no carro e assim o fiz. Os olhos dela brilhavam de alegria não se continha de contentamento. Cruzámo-nos com uma vizinha e ela não se conteve quando lhe perguntaram se ia passear, respondeu:
-Vou passear no carro da mãe. Vou à praia no carro da mãe! Tão contente!
Veja-se que não é atravessar a estrada com toalhas e sombreiros às costas. Foi atravessar a ponte, estar em filas de trânsito com a filhota a queixar-se que estava toda suja porque tinha feito xixi no carro e tinha calor (o meu ar condicionado ainda é à manivela) embora eu lhe tivesse posto a janela aberta. A seguir fui a saga do estacionamento e de encontrar a praia que queria. Queria para a praia da Morena e passei-a, depois quis para a Rainha, mas a fila era enorme, e o parque estava completo, voltei para trás fomos para a “Riviera “ (até porque o nome é chique e gente fina é outra coisa). Lá encontrámos estacionamento coitada da miúda estava cheia de xixi. Era ela, o fatinho de banho, os calções, porque a Little swimmer ” que eu lhe pus deixou extravasar tudo. Coitadinha devia estar, mesmo desconfortável! Mas eu não estava melhor. Eu estava aflita para urinar e não ia aguentar com ela ao colo mais um saco de fraldas, uma mochila de toalhas, uma geleira e um guarda-sol. Não resisti, foi mesmo atrás do carro, um pouco escondida por entre às árvores. Não sei se alguém me viu mas também não quis saber. Não aguentava mais. Troquei a roupa a Bárbara, voltei a passar-lhe protector e aí fui eu com a tralha toda atrás e a Bárbara ao colo! Depois de montar o "estendal” estrategicamente colocado junto a um casal de simpáticos velhinhos a quem pedi que se pudessem me olhassem pelas coisas quanto ia esplanada. Gentilmente acederam, desde que não fosse muito tempo, mas foram mesmo gentis. Fui para a esplanada com a Bárbara pois com todas as peripécias cheguei a praia era meio-dia. E não queria estar com ela ao sol. Não gosto de ir à praia com ela por esta horas, mas voltar para trás ia ser muito mau para ela que estava tão contente! Embora me tenham levado os “olhos da cara” por , por um cachorro, dois sumos, um café e um gelado, a esplanada era muito agradável e como tinha música a princesa não parava de dançar e toda a gente lhe estava a achar piada. Já estava a tomar café, quando uma senhora de alguma idade se sentou junto de nós a beber uma imperial e se meteu com ela. – Olá menina. – Disse-lhe para responder e ela sorriu e disse: Olá sinhora . Boa tarde! – A senhora ficou encantada e perguntou-me a idade dela, mais uma vez virei-me para a filhota e disse, diz à senhora que idade tens:
-Dois, dois anos! -respondeu muito depressa mas indicando só um dedo (embora já lhe tenha explicado como eram os dois). Consegui ver os olhos da senhora a arregalarem-se por detrás dos óculos escuros.
- Mas ela fala tão bem com dois anos! Ela é tão gira (claro que fiquei toda babada).
Contei então que ela começara a falar muito cedo. Entretanto a senhora acabara a sua imperial e a Bárbara virou-se para ela e perguntou:
-Não bebes mais?
A senhora estava espantadíssima! E eu, entre o muita vontade de rir e um pouco envergonhada pela Bárbara ter tratado a senhora por tu, mas é difícil explicar isso a uma criança de dois anos, (embora eu conheça quem trate os bebé por você para que isso não aconteça, mas acho de uma enorme frieza). A senhora entretanto foi-se embora e desejou muitas felicidades, votos que retribuímos. Voltámos para o Guarda-sol. Pus-lhe protector, um chapéu, uma t-shirt e esteve sempre à sombra e eu ao sol (o que não foi muito boa ideia, pareço uma lagosta suada). E dei-lhe a papinha dela. Confesso que ela se portou muito bem e esteve uns tempos a brincar com as coisas dela na areia. Nunca saiu da sombra enquanto eu não deixei, mas encheu-me de areia a mim , às coisas e a ela própria. Parecia mesmo um Croquete! (como lhe chamo desde que ela nasceu comprida e roliça).
Depois comecei a construir castelos e ela destruía-os e pedia-me mais. Já perto das quatro fomos à água lavar as coisitas de brincar e molhar os pezinhos, também aí se portou bem. Quando voltámos o Guarda-sol voara e umas senhoras gentilmente mo apanharam. Fiz sinal quando se iam embora para agradecer e tentei enterrá-lo o mais que consegui. Enquanto procurava o creme protector para o voltar a passar na filha, esta ao contrário das minhas recomendações decidiu encher-se de areia, tentei sacudir-lha, mas tinha o corpito ainda húmido e quanto mais eu lhe pedi que não o fizesse, mais ela o fazia. Perdi a paciência e dei-lhe umas palmadas de aviso na fralda, pois de outra forma ela não parava (juro que não gosto muito, mas na hora certa resulta), finalmente parou. Era uma confusão de creme e areia que decidi ser melhor voltar a à água e lá fomos. Estivemos a brincar um bocado na areia molhada. Eu construía-lhe castelos e ela destruía-os, até que lá se deixou conquistar por um castelos lusitano à boa moda bárbara. Aí ela viu um miúdo de perto da sua idade nuzito a tomar banho e pediu-me para tirar a roupa, que queria ir à água com as mimis (maminhas). Prometi que o faria mais tarde. Entretanto tive de a molhar toda para lhe tirar a areia. Coitadinha ficou cheia de frio. Fui depressa com ela ao colo buscar a tolha para a aconchegar. Estava a tentar estender a minha toalha, com ela o colo para me sentar com ela, quando o idiota do Guarda-sol voltou a voar. A cena devia estar a ser gira, porque ninguém se dignava a ajudar. Eu com a miúda ao colo, para ela não se voltar a encher de areia, a tentar fixar aquela “coisa”, que insistia em não parar de voar, e a Bárbara a querer sair do colo. Até que o senhor do casal ao lado agarrou o idiota do Guarda-Sol e sem uma palavra fixou-mo bem. Haja uma alminha gentil! Agradeci a gentileza e fui mudar a fralda à Bárbara que se queixara de cocó. Desta feita, ela tinha um cocó enorme e decidiu outra vez enfiar as mãos na areia e com o vento foram-lhe grãos de areia para os olhos, pior ainda decidiu levar as mãos aos olhos, quanto mais eu tentava tirar-lhas, mais ela as punha nos olhos. Eu nunca vi criança que gostasse tanto de areia. Parece a cachopa que foi feita na praia (por acaso não!). Bem, peixinha já ela é! Por mais que dissesse – Está quieta, a mamã limpa, a mamã ajuda! - Ela não parava e eu não lhe conseguia mudar a fralda, ela estava a ficar toda suja e cheia de areia. Tive de voltar a dar-lhe uma palmada de aviso que a deixou muito sentida desta vez, pois estava sem fraldinha, mas lá consegui finalmente mudá-la e limpá-la. Fizemos um lanchezinho. E como já passava das cinco da tarde, deixei-a ir por um bocadinho toda nuazinha à água, pois ela começou a tirar a fralda e a dizer que queria ir à água, só com o rabo!!! Aproveitei para a lavar da areia. De volta ao nosso cantinho pus-lhe uma fralda sequinha. Vesti-lha uma camisola, mais quentita (estava a ventar na praia) e enrolei-a na minha saída de praia, pois os calções dela estavam sujos. Sentei-a na minha toalha de praia, enquanto arrumava as coisas para nos virmos embora e ela portou-se lindamente. Desta vez nem ralhei, nem lhe toquei a não ser para dar muito mimo. Obedeceu ao que eu lhe disse e não parava de perguntar - Queres ajuda mãe?.
Disse-lhe que me ajudava portando-se bem e assim o fez, mas tive de novo de a levar ao colo. Foi pena não termos tirado fotografias. Já no carro antes de nos fazermos à estrada disse-me toda contente:
- A Babá foi a praia com a mamã no carro! Foi! Foi! – E tinha um enorme sorriso quando o disse.
Fiquei feliz e sei que ela também. Dormiu todo o regresso e confesso que a deixei dormir o que quis, não fosse eu interromper algum sonho feliz!
Por Darfur
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