aniversário do crónicasde uma mãe atrapa
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Fazes oito anos, o número do Infinito, tal como o meu amor por ti filha.
Já escrevi tanto sobre o meu amor por ti, que me faltam as palavras. Amei-te assim que suspeitei da tua existência. E é por isso que eu acredito no amor à primeira vista. Uma das minhas memórias mais gratas enquanto estavas na minha barriga foi quando fui fazer a amniocentese. Falei contigo na minha barriga, sobre o medo que tinha de nunca te conhecer pessoalmente, pedi-te que estivesses sossegadinha para tudo correr bem e assim foi. O médico estava estupefato dizia que era raro, que devias estar a dormir e nem te apercebeste. Eu olhava para ti no monitor, encantada. Tinhas o nariz arrebitado e parecias ter uma bela barriguinha de bebé rechochudinha. Fiquei orgulhosa de ti, parecia que tinhas mesmo dado ouvidos à mamã.
Na noite anterior ao teu nascimento fui passear. Fartei-me de andar. Davas-me uma energia única. Acho que era a tua energia porque nunca mais a senti.
No dia do teu nascimento as coisas não correram tão bem quanto o desejado. Estive em risco de te perder. Mas os nossos anjos da guarda acudiram-nos na pessoa de uma enfermeira a quem nunca agradeci devidamente na vida. Se não fosse ela acudir depois de u tanto tocar à campainha . Talvez não estivesses cá. Talvez estivesses mas com graves problemas. Estavas sufocar dentro mim. Querias nascer e não podias porque tinhas o braço por cima da cabeça.
Se não fosse isso terias nascido sozinha. Mas não conseguias o braço impedia-te. Depois finalmente apareceram e ficaram em pânico. Nem sabiam muito bem o que fazer. Eu que sou a Maria dos stress só pensava que tinha que manter calma, para não piorar oq eu e me apercebi estar mal, mas que ninguém me dizia. Comos eu fosse cega ou surda, ou insensível. Discutiam a hipótese de uma cesariana de emergência. Mas acabaram por optar tirar-te o braço de cima da cabeça ainda na minha barriga. As dores foram lancinantes enquanto te tiravam o braço.
Quando entrei no bloco de partos não deixaram chamar ninguém, alegando que não sabiam se ia correr bem, que podiam ter de fazer uma cesariana de emergência ou usar fórceps ou ventosas. Estas duas últimas palavras causaram-me calafrios. Tinha pânico. Concentrei-me. Rezei e pedi força. Agarrei-me aos ferros e só consegui descansar quando te senti sair de dentro mim. Foi uma sensação única. Por magia as dores passaram. Ergui-me e disse já nasceu! Quero vê-la. Tinhas umas quatro pessoas de roda de ti. Não choravas. À pressa trouxeram-te junto de mim. Só um pouquinho para minha tristeza. Queria ter ficado contigo junto de mim. Mas tinham de te levar. Finalmente ouvimos o teu choro já não estavas na sal e todos suspirámos de alívio. Agora já sabes porque não tens as fotografias do teu nascimento como tem o mano. Desculpa filha, não foi possível. A seguir fiquei esquecida por meia hora na sala de partos. Foram chamados de emergência e não pediram a ninguém que me fosse auxiliar. Foi quando uma enfermeira lá entrou e me viu que finalmente me levaram para o recobro. Fiquei sem ti muito tempo. Passaram-me todo o tipo de pensamentos pela cabeça. Quando via a enfermeira que inicialmente nos ajudou perguntei-lhe:
- Onde está minha bebé? Ela está bem. Ninguém me diz nada. Ela é perfeita?
Então ela sorriu e pediu aos outros enfermeiros tragam-me aquela perfeição. Tragam a bebé linda desta senhora.
E quando finalmente te segurei nos meus braços, depois de tudo. As lágrimas vieram-me aos olhos( tal como agora) . Olhei para ti e perguntei:- E agora o que é que faço contigo? Tens de me ensinar a ser mamã!
E todo o meu mundo mudou para sempre.
Não foste nunca de bebé uma criança fácil . Eras chorona. Desesperante. Tive de lutar para te amamentar e depois de conseguir só querias mamar. Não gostavas de estar sozinha e ainda não gostas.
Aos 3 meses viravas-te. Aos 4 começaste a rastejar um pouquinho. Adoravas rebolar-te e rastejar. Palravas que até metia impressão. Aos seis tiveste uma explosão desenvolvimento falaste gatinhaste.
Ainda me recordo de pensar que tinha endoidecido quando te ouvi responder:
-Não ké!
Olhei para ti atónita. Tu só de fraldinhas!
Desde aí eras tão tagarela e mexida que ninguém acreditava às vezes que ainda nem tinhas feito um ano. Tornei-me perita em mudar fraldas enquanto gatinhavas.
Depois o tempo passou e eu nem me apercebi. És uma pequena borboleta. Herdaste “ o mau feitio” dos papás, mas és maravilhosa. És refilona teimosa, resmungona, desobediente. Nunca foste uma criança fácil. És enérgica e arisca. É preciso saber conquistar-te, mas que te conquista tem o teu coração para sempre. És uma maravilhosa “ mana crescida”, carinhosa, brincalhona e protetora do mano. E ele é o teu fã número um.
Tens um coração bondoso tamanho do mundo. E queres fazer uma banca de limonada para ganhar dinheiro. Fazes-me sorrir.
Pões-me a cabeça em água e no momento seguinte, tens um gesto , uma palavra de ternura que me desarmam. ´
És única genuína! És uma fúria da Natureza e eu não sei como se educa uma, mas acho que tenho feito um bom trabalho, quando olho para ti e te vejo a proteger os mais pequenos e os mais fracos. És a minha Bárbara senhora das tempestades de fúria e de amor. Eu tenho muito orgulho em ti filha, com o teus defeitos e qualidades.
E serás sempre aquela que me deu de presente a palavra Mãe. Nasceste no dia 16 de Março no Hospital de S. Francisco Xavier e é por isso que às 17h30 estamos de Parabéns!
Por Darfur
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